sábado, 27 de abril de 2013

Palavras sobre a PEC 99/11 e PEC 33/11.

Acrescenta ao art. 103, da Constituição Federal, o inciso X, que dispõe sobre a capacidade postulatória das Associações Religiosas para propor ação de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos, perante a Constituição Federal. (João Campos - PSDB/GO)

Altera a quantidade mínima de votos de membros de tribunais para declaração de inconstitucionalidade de leis; condiciona o efeito vinculante de súmulas aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal à aprovação pelo Poder Legislativo e submete ao Congresso Nacional a decisão sobre a inconstitucionalidade de Emendas à Constituição. (Nazareno Fonteles - PT/PI)

Não vou entrar no mérito da questão estritamente religiosa, creio na separação do Estado e a Igreja por razões que julgo ser fundamentais para manutenção plena da ordem democrática. Ambas as propostas de emenda à constituição colocam nossa liberdade e garantias em risco. Quando passamos a responsabilidade de julgar questões que alteram as garantias fundamentais para o povo em sua maioria votante e não a totalidade como de fato deveria ocorrer nos colocamos em uma condição perigosa. A massa é burra como já disse o companheiro Nilton Nakate. Com o veiculo de propaganda e o discurso certo tornaria o Brasil um país onde uma minoria daria as cartas e não teríamos a quem nos defendesse. A separação dos três poderes não é apenas uma questão de organização, mas sim para manter o equilíbrio e preservar o direito individual. Quando removemos a tutela de julgar a quem de fato tem por função de preservar a ordem democrática de direito ignoramos nossa própria constituição em detrimento aos interesses de um grupo. Citando George Bernard Shaw “A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente”. Não aprendemos a votar, porém temos a obrigação de o faze-lo, mas vivemos em uma democracia e esse é o orgulho, somos soberanos em nossas escolhas, porém como salientou sabiamente Abelardo F. Montenegro “De nada serve dizer que o povo é soberano na democracia, se nela o povo não passa de um soberano descalço, de um soberano analfabeto, de um soberano doente e miserável”. Aqueles que ainda apoiam a plenos pulmões tais propostas não compreendem os desdobramentos e consequências desse ato. Somos fardados a ser representado por elementos de uma sociedade que julga não por sua competência, mas por sua aparência e bens materiais. Sociedade essa que aceita o julgo da maioria, pois isso é viver em uma democracia de muitos, mas não de todos. “A massa é sempre uma mediocridade coletiva”. (Stuart Mill)



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