“Grupos religiosos preparam ofensiva contra Barroso”
(Conjur¹)
Como já disse anteriormente sou contra
toda e qualquer interferência de organizações religiosas dentro da política
nacional. Tive a oportunidade de ver o vídeo² da sustentação oral no Supremo Tribunal
Federal do então representante do Estado do Rio de Janeiro o Professor Luís
Roberto Barroso acerca do reconhecimento da união estável homoafetiva.
Independente de concordar com a questão ou não, tenho consciência que devemos
respeitar as minorias em todas as suas formas e expressões. O Professor Luís Roberto
Barroso, constitucionalista, apresentou elementos em dois temas que julgo de difícil
defesa perante a sociedade como um todo. Uma sociedade essa baseada em valores
morais tão enraizados que se fazem difícil questionar, valores éticos de acordo
com uma crença que impede aquele que a pratica de pensar livremente e o
impulsiona a bradar palavras de ordem a qualquer mudança. Como já me fiz
entender por meio de meus textos aqui presentes, sou contra sumariamente ao
aborto independente da situação pela qual se deu a concepção, porém, isso não
me obriga a impor a minha opinião que remete exclusivamente a minha pessoa
baseada em valores estritamente morais. O então Professor Luís Roberto Barroso
ao defender o uso de embriões em pesquisas de células troncos não apenas a fez
baseada em achismos ou ideologias, mas em ampla pesquisa e apoio cientifico.
Quando vejo um representante que busca um olhar mais amplo sob a letra fria da
lei por meio de uma interpretação que visa cobrir a todos com o manto sagrado
de nossa Constituição federal me enche de alegria. Garantir a dignidade à
pessoa humana em todas as formas não é um beneficio, mas um direito.
Valores morais baseados em dogmas
acabam por conduzir nossa sociedade a um passado negro de nossa história.
Vivemos em um tempo de iluminação e conhecimento aonde podemos e devemos buscar
sempre encontrar um caminho de tolerância e respeito ao próximo.
Compreendo que dentro das várias
intuições e correntes religiosas que atuam dentro de nossa federação seguem
doutrinas e dogmas no qual se baseiam sua fé e sua existência, mas não cabe a eu
discutir se tais verdades absolutas são de fato ou apenas elementos figurados e
sem valor algum. Devo respeitar desde que seus dogmas não me privem de
receber um tratamento que preserve o mais amplo direito; a dignidade.
Toda verdade absoluta acarreta um
perigo nato, crença que se baseia em um fato de que se está certo em curso de que
todas as outras estão incorretas. Não me faço doutor em minhas palavras, mas
apenas peço compreensão e respeito com a opinião alheia.
Não existe verdade absoluta, mas
apenas uma perspectiva da verdade.
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