domingo, 19 de maio de 2013

Povo e as suas opiniões

Quando leio em algumas redes sociais ou escuto das pessoas as seguintes expressões: “direito do di menor”, “bolsa Crack”,” “bolsa presidiário” tenho vontade de sair andando e ignorar o que acabei de ouvir e ler. Mas minha forma de encarar a informação não me permite apenas ignorar essas afirmações que acaba por se tornar certos mantras repetidos tantas vezes que aqueles que não tomam sequer a iniciativa de verificar como funcionam certos dispositivos acabam por passar por "zumbis" que apenas repetem o que leem e acreditam que é verdade suprema. Independente de concordar com determinados mecanismos ou leis tenho por obrigação “moral” de explicar, verdade que em alguns momentos eu passo dos limites e acabo por dar um sermão que na maioria das vezes fica “feio” para quem recebe.
Um japonês que tenho por habito ouvir me disse que o melhor seria morrer todos, mesmo não concordando e ele me chamando de covarde. Não acredito que a morte de todos seria a solução mais adequada, mas esse não é o ponto em questão. O Fato é que as pessoas acabaram se acostumando a não pensar. Isso acaba refletindo em nossa sociedade cada vez mais deficiente de pessoas criticas que apenas aceitam todas as idéias e fatos como verdades absolutas mesmo não passando de uma frase que parece fazer sentido em suas cabeças.
Não posso conceber a ideia de pessoas com o mínimo de formação replicar uma determinada informação mesmo quando os fatos escritos não tenha relação. Non causa pro causa como diz no Direito. Tais fatos sequer são correlacionados de maneira direta, o auxilio pago pelo Estado para os dependentes químicos não tem relação com valor definido para salário mínimo a ser pago aos trabalhadores. Duas esferas legislam em esferas completamente diferentes e sobre matérias diferentes. Ao chamar de “Bolsa Crack” e comparar ao salário mínimo estamos apenas criando uma situação de estresse sem motivo, quando dizemos que o Estado comete o erro em arcar com tais despesas ignoramos que o Estado com base em nossa carta magna tem que garantir essa oportunidade de tratamento. Independente de concordar ou não se o Estado foi omisso até o presente momento e não atendeu ao criar clínicas de tratamentos suficientes para essa demanda, temos que entender que trata o efeito não vai eliminar a causa. Ao colocarmos impedimentos e bradarmos palavras de ordem eliminamos uma chance, mesmo que mínima de tratamento de um cidadão. Não podemos apenas fechar os olhos e dizermos que não apoia porque o dependente tem que dar um jeito, pois foi ele que entrou.
Não aceito que vivo em uma sociedade que prefere repetir um discurso deficiente de argumentos apenas porque entendeu que não é justo trabalhar ganhando um salário mínimo enquanto um dependente químico recebera tratamento custeado pelo Estado, sim, você, eu e todos os brasileiros pagamos por ele. Esse é o peso de se viver em sociedade, caso isso esteja pesado demais recomendo que se mude ou crie um novo modelo de sociedade. Ou talvez você seja mais uma pessoa que acredita que a única maneira de um dependente parar de usar é apenas por intervenção divina?
Eu não sei você, mas eu já passei da fase de acreditar em milagres. Ando mais preocupado em pensar sozinho e não ficar repetindo o que todos dizem.

Sabe as vezes pensar sozinho, questionar o que se lê e escuta não faz mal a ninguém a não ser que você esteja com muita preguiça,  nesse caso é melhor continuar desse modo assim quem tem interesse de controla a massa agradece.
  




2 comentários:

Nilton disse...

Finalmente a rebeldia está de volta; :-)

Não fui eu quem falei da "bolsa crack", mas fui eu quem te chamou de covarde, então posso responder mesmo assim, né?

Amigo Rato, eu até entendo seus argumentos, meu ponto é só um: Acho absurdo dar uma segunda chance para algumas pessoas, enquanto algumas ainda não tiveram a primeira.

Não é questão de comparar o salário mínimo com o que é pago para uma pessoa que ira tentar se reabilitar. É ver uma situação dessas e saber que no interior de São Paulo uma sala de aula com 40 alunos tem um professor pra dar aula para 4 séries diferentes simultaneamente, e saber que esses alunos só vão pra escola porque lá tem acesso a um café da manhã, insuficiente diga-se de passagem.
E isso estou falando de São Paulo que é o estado mais rico dessa federação, imagine a situação no Amazonas, Acre e todo o Nordeste.

Reabilitação de presos e drogados pra mim vem com trabalho e não com benefício. Sou a favor sim é do governo para com qualquer reforma agrária e pegar fazendas inúteis e mandar para elas todos esses casos e lá fazer com que trabalhem pelo seu próprio sustento, independente da distância que se vá ficar da família.

Cuidar com todo o carinho do mundo uma pessoa que jogou fora sua chance e deixar de lado aqueles que não tiveram nenhuma é no mínimo injusto.

Unknown disse...

Não discordo de você companheiro, pois de fato não foi o senhor que batizou o "bolsa Crack" nem tão pouco fez a relação com o salário mínimo, mas os outros sim e para eles esse texto foi escrito.

Ao citar sua pessoa apenas quis trazer uma questão que tem me incomodado, quando falo em oportunidade de tratamento não estou falando em ignorar todos os outros, mas dar a todos a mesma oportunidade de ter um futuro. A ausência de politicas publicas nacionais no âmbito da educação é apenas uma parte do abismo criado em nosso país.

Dar oportunidade e meios de crescimento e formação não é apenas um direito de cada cidadão, mas uma obrigação do Estado.

Porém, não podemos sacrificar uma geração quando existe meios de pelo menos tentar salvar a todos.

E sim agora estou de volta e quero ver a cidade em chamas!