Quando leio em algumas redes sociais ou escuto das pessoas
as seguintes expressões: “direito do di menor”, “bolsa Crack”,” “bolsa presidiário”
tenho vontade de sair andando e ignorar o que acabei de ouvir e ler. Mas minha forma de
encarar a informação não me permite apenas ignorar essas afirmações que acaba
por se tornar certos mantras repetidos tantas vezes que aqueles que não tomam
sequer a iniciativa de verificar como funcionam certos dispositivos acabam por
passar por "zumbis" que apenas repetem o que leem e acreditam que é
verdade suprema. Independente de concordar com determinados mecanismos ou leis
tenho por obrigação “moral” de explicar, verdade que em alguns momentos eu
passo dos limites e acabo por dar um sermão que na maioria das vezes fica “feio”
para quem recebe.
Um japonês que tenho por habito ouvir me disse que o melhor seria
morrer todos, mesmo não concordando e ele me chamando de covarde. Não acredito
que a morte de todos seria a solução mais adequada, mas esse não é o ponto em
questão. O Fato é que as pessoas acabaram se acostumando a não pensar. Isso acaba
refletindo em nossa sociedade cada vez mais deficiente de pessoas criticas que
apenas aceitam todas as idéias e fatos como verdades absolutas mesmo não passando
de uma frase que parece fazer sentido em suas cabeças.
Não posso conceber a ideia de pessoas com o mínimo de
formação replicar uma determinada informação mesmo quando os fatos escritos não
tenha relação. Non causa pro causa como diz no Direito. Tais fatos sequer são correlacionados de
maneira direta, o auxilio pago pelo Estado para os dependentes químicos não tem
relação com valor definido para salário mínimo a ser pago aos
trabalhadores. Duas esferas legislam em esferas completamente diferentes e sobre
matérias diferentes. Ao chamar de “Bolsa Crack” e comparar ao salário mínimo
estamos apenas criando uma situação de estresse sem motivo, quando dizemos que o
Estado comete o erro em arcar com tais despesas ignoramos que o Estado com base
em nossa carta magna tem que garantir essa oportunidade de tratamento.
Independente de concordar ou não se o Estado foi omisso até o presente momento
e não atendeu ao criar clínicas de tratamentos suficientes para essa demanda,
temos que entender que trata o efeito não vai eliminar a causa. Ao colocarmos
impedimentos e bradarmos palavras de ordem eliminamos uma chance, mesmo que mínima
de tratamento de um cidadão. Não podemos apenas fechar os olhos e dizermos que
não apoia porque o dependente tem que dar um jeito, pois foi ele que entrou.
Não aceito que vivo em uma sociedade que prefere repetir
um discurso deficiente de argumentos apenas porque entendeu que não é justo
trabalhar ganhando um salário mínimo enquanto um dependente químico recebera
tratamento custeado pelo Estado, sim, você, eu e todos os brasileiros pagamos
por ele. Esse é o peso de se viver em sociedade, caso isso esteja pesado demais
recomendo que se mude ou crie um novo modelo de sociedade. Ou talvez você seja
mais uma pessoa que acredita que a única maneira de um dependente parar de usar
é apenas por intervenção divina?
Eu não sei você, mas eu já passei da fase de acreditar em milagres. Ando mais preocupado em pensar sozinho e não ficar repetindo o que todos dizem.
Sabe as vezes pensar sozinho, questionar o que se lê e escuta não faz mal a ninguém a não ser que você esteja com muita preguiça, nesse caso é melhor continuar desse modo assim quem tem interesse de controla a massa agradece.
2 comentários:
Finalmente a rebeldia está de volta; :-)
Não fui eu quem falei da "bolsa crack", mas fui eu quem te chamou de covarde, então posso responder mesmo assim, né?
Amigo Rato, eu até entendo seus argumentos, meu ponto é só um: Acho absurdo dar uma segunda chance para algumas pessoas, enquanto algumas ainda não tiveram a primeira.
Não é questão de comparar o salário mínimo com o que é pago para uma pessoa que ira tentar se reabilitar. É ver uma situação dessas e saber que no interior de São Paulo uma sala de aula com 40 alunos tem um professor pra dar aula para 4 séries diferentes simultaneamente, e saber que esses alunos só vão pra escola porque lá tem acesso a um café da manhã, insuficiente diga-se de passagem.
E isso estou falando de São Paulo que é o estado mais rico dessa federação, imagine a situação no Amazonas, Acre e todo o Nordeste.
Reabilitação de presos e drogados pra mim vem com trabalho e não com benefício. Sou a favor sim é do governo para com qualquer reforma agrária e pegar fazendas inúteis e mandar para elas todos esses casos e lá fazer com que trabalhem pelo seu próprio sustento, independente da distância que se vá ficar da família.
Cuidar com todo o carinho do mundo uma pessoa que jogou fora sua chance e deixar de lado aqueles que não tiveram nenhuma é no mínimo injusto.
Não discordo de você companheiro, pois de fato não foi o senhor que batizou o "bolsa Crack" nem tão pouco fez a relação com o salário mínimo, mas os outros sim e para eles esse texto foi escrito.
Ao citar sua pessoa apenas quis trazer uma questão que tem me incomodado, quando falo em oportunidade de tratamento não estou falando em ignorar todos os outros, mas dar a todos a mesma oportunidade de ter um futuro. A ausência de politicas publicas nacionais no âmbito da educação é apenas uma parte do abismo criado em nosso país.
Dar oportunidade e meios de crescimento e formação não é apenas um direito de cada cidadão, mas uma obrigação do Estado.
Porém, não podemos sacrificar uma geração quando existe meios de pelo menos tentar salvar a todos.
E sim agora estou de volta e quero ver a cidade em chamas!
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