quarta-feira, 12 de novembro de 2008

"Neblina sobre as Colinas dos Túmulos"

Frio haja nas mãos, no coração e na espinha
e frio seja o sono sobre a pedra daninha;
que nunca despertem de seu pétreo leito,
nunca, até a Lua morta, até o Sol desfeito.
Ao soprar negro dos ventos os astros vão morrer,
e eles sobre o Ouro ainda irão jazer,
até que o lorde escuro sua mão soerga
sobre o mar morto e sobre a terra negra.

Ei! Tom Bombadillo, Tom Bombadil
Na mata ou na colina ou junto à margem do rio,
No fogo, ao sol e à lua, ouve agora nossa voz!
Vem, Tom Bombadil, que no aperto estamos sós!

O velho Tom Bombadil é mesmo um bom camarada;
Azul - claro é sua jaqueta e sua bota é amarelada
Ninguém jamais o apanha porque Tom é mais sabido;
Sua canção tem mais poder e seu pé mais rápido

Sai daí, velha Criatura! Desaparece à luz do dia!
Esvai-te como a neblina, como o vento choraminga.
Pelas terras mais estéreis, além dos longes montes!
Não voltes nunca mais! Deixa o túmulo vazio!
Perdido e esquecido sejas, mais negro que o negror
Onde portões jamais se abrem, ate que o mundo se conserte.

Acordem, meus camaradas! Acordem à minha voz!
Coração e corpo quente! A pedra fria a sós!
A porta escura, aberta; o braço morto, quebrado.
A noite já noutra Noite; o portão escancarado.

Ei, amigos! Vamos logo! Onde se meteram?
Em cima, embaixo, perto ou longe, os pôneis se perderam?
Fuça-Fuça, Espanador, e Trombadinha!
Meia-branca, Bolo-fofo e Orelhinha!

Aqui termina a terra de Tom: os confins ele não passa
Tem sua casa para cuidar; e à sua espera Fruta d’ Ouro


Trecho referente ao Capitulo VIII “Neblina sobre as Colinas dos Túmulos”

Texto retirado do livro Senhor dos Anéis escrito por J. R. R. Tolkien – edição Martins Fortes, 5º Ed/ 2003 – Paginas 139 a 153.

Nenhum comentário: